Urnas funerárias são encontradas no agreste Alagoano

PROFESSOR DO CAMPUS DO SERTÃO COORDENA ESTUDOS ARQUEOLÓGICOS EM LIMOEIRO DE ANADIA

24/10/2012 21h55 - Atualizado em 01/03/2021 às 11h52

Um sítio arqueológico com urnas funerárias da Tradição Aratu foi descoberto pelos proprietários de um terreno no município de Limoeiro de Anadia há cerca de 2 anos. Devido à sensibilidade da proprietária, formada em História, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, responsável pela fiscalização e preservação do patrimônio arqueológico, foi contatado. Desde então, a Superintendência desse órgão em Alagoas buscou angariar recursos com o objetivo de realizar uma pesquisa no local para que esse patrimônio cultural não fosse perdido. A Fundepes, em parceria com o Núcleo de Ensino e Pesquisa Arqueológico – NEPA-ICS-UFAL, concorreu e foi contemplado com recursos financeiros, disponibilizados pelo IPHAN.

Faz-se necessária e imperativa a realização desta pesquisa arqueológica intensiva no sítio arqueológico Baixa das Flores devido à ameaça concreta de sua total destruição em virtude do uso e da ocupação contínua do solo pelos moradores locais, como roças de subsistência e áreas residenciais. Trata-se de um sítio cerâmico, provavelmente pré-colonial, contendo aflorados em superfície, algumas urnas funerárias e uma grande quantidade de fragmentos cerâmicos, os quais foram identificados em vistoria técnica realizada pelo IPHAN, em outubro de 2010. Os estudos foram iniciados há 30 dias. Encontram-se na etapa de levantamento documental e oral e de detalhamento topográfico da área a sofrer intervenções.

Esta pesquisa contará com a participação dos pesquisadores do NEPA, inclusive de seu coordenador, professor Dr. Scott Joseph Allen, além de professores do Campus do Sertão, como o professor Me. Romildo Scarpini, do curso de Engenharia Civil, que é o responsável pelo levantamento topográfico, e o professor Cézar Neri, lotado no curso de Letras, responsável pela revisão ortográfica dos relatórios.

Tal pesquisa fornecerá dados de extrema importância para a compreensão do modo de vida dos povos indígenas que ocuparam a região hoje denominada de Estado de Alagoas, informações essas que ainda se encontram fragmentárias e incipientes.

O Sertão Alagoano, que também apresenta um grande potencial arqueológico, e hoje dispõe do Núcleo de Pesquisa e Estudos Arqueológicos e Históricos – NUPEAH, lotado no Campus do Sertão, em Delmiro Gouveia. Criado pelos professores do curso de História, o núcleo é coordenado pelo professor e arqueólogo Me. Flávio Moraes, e tem como vice-coordenador o professor Me. Aruã Lima.